As correntes de retorno são um risco real para banhistas, sendo uma das maiores causas de afogamento nas praias com onda da costa brasileira. Conhecer melhor esse fenômeno, respeitar as sinalizações e instruções dos salva-vidas é fundamental para evitar situações de afogamento nas praias.
Como funciona a corrente de retorno
Essas correntes são geradas pelo acúmulo de água no raso, devido à ação do vento e das ondas.
Elas são curtas, estreitas, ficam mais intensas próximo à maré-baixa e, principalmente, quando as ondas estão grandes, podendo chegar a 3 m/s ao fluir para fora da arrebentação - mais rápida que um nadador olímpico!
Como se livrar da corrente de retorno
Por isso, nadar contra a corrente é uma péssima ideia. A melhor estratégia é manter a calma, se manter boiando e pedir ajuda. Se conseguir, nade na diagonal da corrente.
Como cada praia tem características particulares, a orientação dos salva-vidas é muito importante. Mas vale lembrar que as correntes não puxam ninguém para baixo!
Como identificar uma corrente de retorno
Os sinais característicos pra identificar correntes de retorno em praias com ondas são:
Região com menor frequência ou ausência de quebras de ondas.
Água de coloração diferenciada (mais clara ou mais escura, devido à maior profundidade ou pela agitação da areia).
Nessa espécie de corredor, o movimento da corrente causa pequenas agitações na superfície da água.
Frequentemente, correntes de retorno estão presentes próximo a obstáculos rígidos como pedras e rochedos ou estruturas construídas pelo homem, como espigões e molhes.
Esteja atento às sinalizações e instruções dos salva-vidas. 🚩
Pelo lado bom, essas correntes promovem a renovação da água do mar nas regiões mais rasas e facilitam a vida de surfistas experientes.
Mas não se engane, os principais casos de afogamento ocorrem em rios, represas e piscinas e é uma das principais causa de morte de crianças!
Para mais informações sobre as correntes de retorno ouça o podcast Submerso, episódio do Entrevista à Vista # 07, com o Subcomandante do Grupamento Marítimo Capitão Luciano Alves que foi muito esclarecedor sobre como evitar afogamentos. Link aqui
✒ Escrito por Mariana Thévenin⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Fonte: Tom Garrison. Fundamentos de Oceanografia. 2010 Mike Tipton e Adam Wooler. The science of Beach Lifeguarding. 2016.