Não foi dessa vez que tivemos um tsunami na Bahia. Mas sabia que no mundo esses eventos são muito mais comuns do que se imagina? Os tsunamis ocorrem em média 2 vezes por ano, e para a nossa sorte, a maioria deles não passa de 3 metros de altura.
O que pode causar um tsunami?
O termo tsunami se refere a uma série de ondas geradas a partir de um grande e repentino deslocamento de água no oceano.
As causas mais comuns são terremotos que acontecem abaixo ou muito próximo do oceano – 88% dos tsunamis já registrados foram gerados por esses abalos sísmicos. Entretanto, deslizamentos de terra, atividade vulcânica, certos eventos climáticos e até meteoros também podem causá-los, embora esses últimos sejam bastante raros.
Qual a velocidade de um tsunami?
Ao contrário das ondas geradas pelo vento, que afetam somente a superfície do oceano, as ondas de tsunamis movimentam toda a coluna d’água, desde a superfície até o fundo. Nesses eventos, a distância entre uma onda e outra (comprimento de onda) varia de dezenas a centenas de quilômetros, e o intervalo de tempo entre elas (período da onda) varia de 5 minutos a 2 horas.
A velocidade dessas ondas no oceano profundo também é impressionante: acima de 800 km/h!
Se você estiver navegando no meio do oceano, não se preocupe. Em áreas de grande profundidade, as ondas de tsunamis são quase imperceptíveis e sua altura raramente passa de um metro. Porém, ao atingir regiões mais rasas, essas ondas desaceleram, seu comprimento diminui e sua altura aumenta. Mas as ondas gigantes, com mais de 30 metros, só acontecem em casos extremos.
Qual é a diferença entre maremotos e tsunamis?
Tsunami é considerado um termo mais amplo do que maremoto. Maremotos são ondas gigantes geradas por terremotos no oceano, enquanto tsunami, além dos abalos sísmicos também faz referência as outras origens como deslizamentos de terra e asteroides.
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O MAIOR TSUNAMI DA HISTÓRIA
Em 1958, um deslizamento de terra gerou uma onda de 518 metros de altura, na Baía de Lituya no Alasca! Esse tsunami não foi gerado por um terremoto e sim por um deslizamento de terra, quando um grande pedaço de uma encosta se separou e caiu abruptamente na Baía. Ele não cruzou o Pacífico pois a onda ficou contida dentro da Baía, mas provocou a morte de 3 pessoas e o desmatamento das encostas da Baía de Lituya.
É possível que tsunamis ainda maiores tenham ocorrido há muito tempo, quando asteroides, ou grandes meteoros, caíram no oceano.
A maior onda devido a abalos sísmicos já registrada tinha 83 metros e aconteceu em 1971, a Ilha de Ishigaki, no Japão. O tsunami que atingiu a Indonésia em 2004 tinha “apenas” 35 metros de altura.
Porque no Brasil não tem terremoto e tsunami?
A maioria dos terremotos que geram os tsunamis, ocorrem nos limites convergentes das placas tectônicas, ou seja, onde elas se movem uma contra à outra. Por isso, quase 80% dos tsunamis registrados entre 1900 e 2020 ocorreram no Pacífico, ao redor do chamado “Anel de Fogo”, onde muitos desses limites se encontram.
Somente 8% dos tsunamis ocorreram no Atlântico e nenhum deles foi no Brasil. Sorte a nossa, que vivemos bem no meio de uma placa tectônica, onde os abalos sísmicos são raros!
Por outro lado, existem alguns registros históricos de pequenos tsunamis no nosso litoral, principalmente associados a ressacas marinhas. Também já sentimos o efeito secundário de tsunamis que ocorreram em outros lugares como o grande Tsunami que assolou Lisboa em 1755 e o tsunami de Sumatra em 2004.