Todo ano, cerca de 15 mil novas espécies marinhas são descritas! Existem diversas regiões do oceano ainda pouco exploradas, mas espécies completamente desconhecidas pela ciência são encontradas até em praias e recifes de corais.
Nos últimos 10 anos, eu (@magalhaeswf) descrevi mais de 40 novas espécies de poliquetas encontrados em ambientes rasos (como Praia da Ribeira e Itapuã em Salvador) a até 3.000 m de profundidade (Cânion submarino na Califórnia).
Esses vermes marinhos que você vê nas fotos são ‘primos’ das minhocas e são extremamente diversos em cores, formas corporais, estratégias para capturar alimento e na forma em que se reproduzem.
Como taxonomista nós descobrimos, catalogamos e descrevemos novas espécies. Depois de coletados e separados do seu habitat (areia, embaixo de rochas, entre corais, algas, e esponjas), os poliquetas são observados utilizando diversos equipamentos, como lupas, microscópios óticos e microscópios eletrônicos.
Esses equipamentos são necessários para observarmos tanto as estruturas externas como internas sob diferentes aumentos (até 20.000 vezes!). Algumas vezes precisamos extrair e sequenciar fragmentos do DNA para auxiliar na classificação e entendimento da relação entre os vermes com aparências similares.
Essa pesquisas são extremamente importantes para o conhecimento dos nossos ecossistemas. Sabendo quais espécies ocorrem em um determinado local cria subsídios para diversos outros estudos aplicados, como pesquisas sobre efeitos da poluição marinha e de desenvolvimento de novos medicamentos baseados em animais marinhos.
É preciso conhecer a nossa biodiversidade para conservá-la!
✒ Escrito por @magalhaeswf
Wagner Magalhães é oceanógrafo formado pela UFBA, com doutorado em Zoologia Marinha pela Universidade do Havaí nos EUA e, atualmente, é Professor Adjunto na Universidade Federal da Bahia.
Fotos de Wagner Magalhães